Monitoramento acústico automatizado em larga escala de anfíbios anuros


Coordenador
: Rogério Pereira Bastos (UFG)

Entre os vertebrados, os anfíbios são o grupo de espécies mais ameaçado em escala global, apresentando muitas espécies com declínio populacional acentuado. Dentre as diversas causas para estes declínios, pode-se citar: alteração e fragmentação das paisagens naturais, doenças, mudança climática e utilização de agroquímicos. Uma das metodologias recentes de monitorar as variações populações de anfíbios anuros e suas respostas às alterações ambientais é o monitoramento acústico com sistemas automatizados. Assim, a atuação do grupo de trabalho em Ecologia de Anfíbios do INCT em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (EECBio) estará pautada nos seguintes objetivos: (i) criar uma rede de monitoramento acústico que engloba diversos biomas e regiões do Brasil; (ii) aprimorar programas de detecção automática de vocalizações de anuros que possibilitem estimar diversidade de espécies, abundâncias e padrões temporais de atividade; (iii) criar uma coleção acústica integrada para abrigar as vocalizações gravadas; (iv) elaborar modelos preditivos de resposta de espécies selecionadas em cenários futuros de alteração climática e outros impactos ambientais; (v) utilizar índices acústicos de diversidade para comparações de assembleias de anuros em larga escala e (vi) investigar a fenologia reprodutiva de espécies frente às alterações antrópicas.

 

PROJETOS E OFICINAS

1) Monitoramento acústico automatizado em larga escala de anfíbios anuros

Coordenadores: Rogério Pereira Bastos, Diego Llusia

Equipe:  Alessandro Ribeiro de Morais (IF Goiano), Denise de Cerqueira Rossa Feres (UNESP), Diego Llusia Genique (Univ. Autonoma Madri), Fausto Nomura (UFG), Franco Leandro de Souza (UFMS), José Perez Pombal Júnior (UFRJ), Luciana Barreto Nascimento (PUC MG), Luís Felipe de Toledo Ramos Pereira (UNICAMP), Mirco Solé Kienle (UESC), Natan Medeiros de Maciel (UFG), Paulo Christiano de Anchietta Garcia (UFMG), Rodrigo Lingnau (UFTPR), Rogério Pereira Bastos (UFG), Selvino Neckel de Oliveira (UFSC), Wilian Vaz Silva (PUC-GO), Paulo Alexandre M. Marques (Univ. Minho, Portugal), Rafael Ignacio M. M. de Orense (MNCN/CSIC, Madri)

Resumo: Os anfíbios representam o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta, uma vez que declínios populacionais são registrados para diversas espécies. O Brasil detém a maior diversidade de anfíbios do mundo, porém ainda há extensa lacuna de conhecimento a respeito deste grupo. Visando subsidiar ações de conservação e manejo para as espécies de anfíbios anuros brasileiros, a presente proposta pretende uma abordagem integradora e terá como objetivos: 1) determinar e comparar os padrões temporais (estacionais e diários) de atividade acústica e reprodutiva de espécies em extremos térmicos e hídricos na sua área de distribuição; 2) determinar e comparar a temperatura e umidade relativa da atividade acústica e reprodutiva das espécies em extremos térmicos e hídricos na  área de distribuição; 3) estimar as amplitudes térmicas e hídricas do comportamento de vocalização para as espécies do estudo; 4) projetar as variações na distribuição e fenologia reprodutiva induzidas pelo clima em cenários futuros de mudança climática; 5) examinar a capacidade de resposta das espécies e sua vulnerabilidade a fatores climáticos em função de traços e características ecológicas (como área de distribuição, bioma ou hábitat reprodutivo); 6) desenvolver, testar e disseminar novas técnicas acústicas para avaliações não invasivas da biodiversidade e estudo de espécies e comunidades animais. Desta forma, os resultados obtidos permitirão gerar novos conhecimentos relacionado à fenologia, ecologia, distribuição geográfica predita por modelos de distribuição potencial e a recomendação de instrumentos legais para a conservação de anuros sob cenários de mudança climática.