Avanços teóricos e metodológicos em Ecologia de Comunidades
Coordenadores: Leandro Duarte (UFRGS) e Mário Almeida-Neto (UFG)
Este grupo visa desenvolver e aplicar abordagens inovadoras de pesquisa ecológica em ecologia de comunidades, integrando múltiplas escalas (indivíduos em populações, populações em comunidades, comunidades em ecoregiões ou biomas), através da integração de componentes micro e macroevolutivos e ecológicos (atributos fenotípicos, gradientes ambientais) que determinam em última análise os padrões de coexistência em diferentes grupos taxonômicos. O projeto tem dois grandes focos: a geração de conhecimento científico inovador em ecologia e a formação de jovens pesquisadores, a partir da participação ativa de estudantes de pós-graduação e recém-doutores em colaborações entre os grupos de pesquisa participantes. A partir da execução dos estudos propostos nas linhas de pesquisa deste projeto será possível avançar no entendimento sobre a influência de múltiplos processos (ecológicos, evolutivos e históricos) sobre a distribuição de diferentes grupos biológicos, bem como sobre padrões de coexistência de indivíduos e/ou espécies, e até que ponto tais padrões são afetados por gradientes nas condições ambientais do presente.
PROJETOS & OFICINAS
1) Evolução de estratégias adaptativas em borboletas frugívoras: testando a hipótese de Grime
Coordenador: Leandro Duarte (UFRGS)
Equipe: Leandro Duarte (UFRGS), Mário Almeida Neto (UFG), Marcus Cianciaruso (UFG), Cristiano Iserhard (UPel), André Freitas (UNICAMP), Valério Pillar (UFRGS), Carlos Eduardo Grelle (UFRJ), Rodrigo Bergamin (DTI, EECBio), Aline Richter (PPG Ecologia, UFRGS)
Resumo: Neste projeto avaliaremos a consistência na evolução de estratégias adaptativas associadas ao uso do habitat predita pela hipótese das estratégias adaptativas de Phillip Grime, usando borboletas frugívoras como sistema de estudo. A hipótese prediz que espécies de diferentes grupos taxonômicos são selecionadas por pressões adaptativas relacionadas com competição, disponibilidade de recursos, e distúrbios. Se processos evolutivos geram padrões adaptativos nítidos, espera-se que espécies apresentando atributos indicadores de uma determinada estratégia adaptativa sejam correlacionadas fenotipicamente entre si, e pouco associadas a espécies apresentando outras estratégias. Espera-se ainda que padrões de correlação fenotípica se tornem mais nítidos em nós filogenéticos mais recentes. Finalmente, espera-se encontrar congruência entre a distribuição de espécies de borboletas frugívoras em diferentes habitats e biomas ocorrentes no Brasil e suas respectivas estratégias adaptativas. Ao final do projeto, será possível avaliar a consistência e generalidade na hipótese de Grime para o entendimento de relações entre ambiente e fenótipo.
2) Atributos fenotípicos de plantas predizem a performance populacional e o funcionamento de comunidades em florestas tropicais?
Coordenador: Leandro Duarte (UFRGS), Sandra Müller (UFRGS), Marcus Cianciaruso (UFG)
Equipe: Leandro Duarte (UFRGS), Sandra Müller (UFRGS), Marcus Cianciaruso (UFG), Mário Almeida Neto (UFG), Patricia Morelatto (UNESP), Rodrigo Bergamin (DTI,EECBio), Daniel Plazas (EcoEvol, UFG), Paola Nobre (EcoEvol, UFG)
Resumo: Este projeto tem por objetivo avaliar processos demográficos de espécies de árvores, quantificando as taxas vitais em termos de processos demográficos e o grau de predição destes processos por atributos funcionais, variáveis climáticas e edáficas em florestas tropicais dos biomas Mata Atlântica e Cerrado.
3) Desvendando os múltiplos efeitos de espécies exóticas em redes ecológicas
Coordenador: Mário Almeida Neto (UFG)
Equipe: Mário Almeida Neto (UFG), Luisa G. Carvalheiro (UFG), Paulo R. Guimarães Jr. (USP), Leandro Duarte (UFRGS), Marcus V. Cianciaruso (UFRGS), Thomas M. Lewinsohn (UNICAMP), Ana M. C. dos Santos (Univ. Alcalá, Espanha), André Rangel Nascimento (DTI, EECBio), Angélica Mendes Mamede (EcoEvol, UFG), Vinicius Silva de Alvarenga (EcoEvol, UFG)
Resumo: A distribuição geográfica das espécies é um fenômeno dinâmico. Ao longo de suas histórias evolutivas as espécies podem apresentar expansão, retração e até mesmo redistribuição total em relação à área inicialmente ocupada. Devido à interferência humana, estes processos de redistribuição vêm ocorrendo de forma acelerada, criando novas combinações de espécies em comunidades ecológicas. Como consequência, novas interações interespecíficas também são formadas, originando assim redes ecológicas com uma mistura de interações entre espécies nativas, entre espécies exóticas e entre nativas e exóticas. Entender como estas novas combinações de espécies e de interações se formam e como respondem à crescente conversão dos habitats naturais em paisagens antropizadas constitui um grande desafio para a ecologia de comunidades. Nesse sentido, o presente tem como objetivo geral investigar os efeitos da presença de espécies exóticas sobre o papel e a persistência de espécies nativas em redes ecológicas, integrando ferramentas analíticas do estudo de redes complexas com abordagens biogeográficas.